a Quinta essência

Protagonizado por Rachel Weisz, "A informante" vai muito além do baseado em fatos reais. Diferentemente de muitas outras produções que fazem uso da tradicional frase como uma tentativa mais do que ultrapassada de atrair público, o filme, que marca a estréia da canadesa Larysa Kondracki na direção de longas, cumpre uma função muito maior do que entreter ou emocionar: ele nos desperta para uma realidade muito mais cruel, real e comum do que podemos imaginar, desvendando um dos maiores escândalos da ONU descoberto pela policial norte-americana Kathy Bolkovac (Rachel Weisz) que aceita trabalhar como pacificadora para as Nações Unidas na Bósnia.

Ao chegar no país, que está enfrentando uma reconstrução pós-guerra, Kathy passa a investigar o desaparecimento de uma jovem e sua ligação com o tráfico sexual da região, chegando a um ponto muito mais delicado do que esperava: os próprios policiais da ONU, seus colegas, estão envolvidos no esquema de aliciamento das adolescentes, que são torturadas e exploradas sexualmente. Bolkovac se indigna e passa a lutar de todas as maneiras para tentar combater os abusos daqueles que exploravam sem piedade as meninas da região.

Enfim, "A Informante" é um filme para ser visto. Um filme para ser visto, divulgado e comentado, para que pelo menos tenhamos uma pequena noção de que não há instituições livres da corrupção e que é nosso dever tentar combatê-las e tentar fazer deste mundo um lugar livre de injustiças que chegam a parecer utópicas ou distantes, mas que na realidade são reais e cada vez mais frequentes.