#comentando - Viva Django!


Preparati la bara!
Direção: Ferdinando Baldi
Itália, 1968
★ ★ ★ ★ ★

Um personagem conhecido e todos os clichês de um gênero praticamente extinto. O herói, o vilão, a mocinha. A vingança. Está tudo aí. Sem, entretanto, deixar de envolver. Entretêm. Diverte. Principalmente por apresentar uma atmosfera tão estereotipada, conhecida e desconhecida na mesma proporção. Que encanta e enche os olhos. De textura única. Uma atmosfera remota e aparentemente tão fictícia. Tão faroeste. Mas de atração inevitável.
Terence Hill interpreta o protagonista, Django. Personagem, aliás, criado no famoso filme de Sergio Corbucci e interpretado por Franco Nero, Django de 1966. Não se trata porém de uma continuação, nem mesmo existe uma ligação entre as histórias, assim como outras quatro produções que incluíram Django em suas histórias. Sem dúvidas, Hill é o ponto alto do filme. Django não fala muito, é sempre misterioso. Seus movimentos são controlados, inteligentes. Sua postura é belíssima. E, como acontece com todo bom herói, sentimos por Django aquela sensação de confiança. Apesar de estar sempre com a arma não mão, a cabeça vem primeiro e é esse seu maior trunfo.
A expressão dos personagens são altamente favorecidas pelos insistentes, e tão bem vindos, super closes. Enquadramento utilizado pela primeira vez por Sérgio Leone em Era uma vez no Oeste. Uma das importantes contribuições, portanto, do gênero ao cinema. Sem esquecer é claro, do tão característico plano americano - enquadramento no qual mostra-se o personagem da cabeça até pouco abaixo da cintura, ideal para caubóis e seus duelos. Sendo justamente a alternância dos planos, outro ponto positivo do longa. Os super closes, planos americanos e planos gerais apresentam os personagens e o ambiente desértico norte-americano na mesma proporção e intensidade.
O roteiro ainda que simples e comum, apresenta personagens interessantes e verossímeis. O próprio Django, o mexicano Garcia (José Torres) e suas esposa Mercedes (Barbara Simon), o fiel companheiro de Django, Orazio (Pinuccio Ardia) e os vilões Lucas (Geroge Eastman) e David Barry (Horst Frank). Durante o filme, vemos Django buscar os responsáveis pela morte de sua esposa em um acidente 5 anos atrás. Lucas e David são os culpados. Para cumprir seu objetivo, o herói aceita o cargo de executor de criminosos em uma pequena cidade. Ele porém, ao invés de executar os prisioneiros, os esconde para formar um exército próprio, capaz de combater aqueles que um dia lhe fizeram mal.
Como já disse, de textura única. De atmosfera única. Um exemplo de um gênero marcante e indispensável. Um filme de gênero com a sua personalidade, principalmente graças ao seu herói.
O gênero conhecido como Spaghetti Western (Faroeste Espaguete) foi um dos movimentos relevantes do cinema dos anos 60 e 70 na Europa, principalmente na Itália. Trata-se de um reinvenção de filmes norte-americanos de faroeste dos anos 50. Sergio Leone, Sergio Cobucci, Lucio Fulci, Giorgio Ferroni, Clint Eastwood, Giuliano Gemma, Franco Nero, Terence Hill e Charles Bronson são alguns dos diretores e atores mais conhecidos do período.

Postado por Danilo Craveiro
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