a Quinta essência

Direção: Steven Antin 

Ano: 2010

A principio, a idéia de ter as estrelas da música Cher e Cristina Aguilera juntas em um musical parece tentadoramente interessante. E é, se considerarmos as excelentes apresentações, dado o talento do elenco para a música e para a dança. Porém, o pouco talento dramático de Aguilera e os personagens tão comuns, não são suficientes para fazer brilhar também as cenas que vão além dos musicais.

Ali (Cristina Aguilera) deixa sua cidade natal no interior e se muda para Los Angeles, a fim de encontrar uma nova vida. Lá, conhece a boate Burlesque, dirigida por Tess (Cher) e se encanta com a beleza dos espetáculos e das dançarinas, das quais quer fazer parte imediatamente. Para isso, conta com a ajuda de Jack (Cam Gigandet), o balconista do local que a contrata como garçonete. A jovem passa a aproveitar cada oportunidade com um único objetivo: ser a estrela principal das apresentações.

O enredo é fraco. Os personagens são bobos e, apesar de terem química entre si, não oferecem nada a mais. A insistência em fazer de Ali uma garota ingênua do interior, mas forte e decidida a lutar por seus sonhos, não funciona em nenhum momento. Todas as situações nas quais os personagens acabam envolvidos são clichês, que na realidade mais parecem soluções de roteiro do que parte daquilo que a história realmente tem para contar. É como se a ansiedade em se fazer um musical, acabou resultado no esquecimento de que, mesmo se tratando de um filme de tal gênero, uma história interessante que amarre com o mínimo de inteligência e coesão as cenas de dança e música sempre caí bem. Ou melhor, sempre é indispensável.

Cher não decepciona em sua atuação, mas também não se destaca. Ao contrário do âmbito musical, no qual com a canção “You Haven't Seen The Last Of Me”, composta especialmente para o longa, a já consagrada cantora abocanhou vários prêmios e elogios. Cristina Aguilera realiza um péssimo trabalho como atriz, ainda que esteja perfeita como cantora e dançarina . Cam Gigandet, o pretendente de Ali, e Stanley Tucci, o braço direito de Tess na gerência do clube, também não se destacam, o que provavelmente não seria possível por conta de seus personagens também bobos e sem grandes atrativos.

Finalmente, penso não ter nada mais a dizer em relação à “Burlesque”. O pano de fundo é bobo e nada favorecido pela fraca atuação de Aguilera, mas, o filme se torna interessante e atrativo quando consideramos o que as duas protagonistas realmente sabem fazer: cantar.